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Os idiotas confessos. Texto de Nelson Rodrigues (1968)

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LEIA O TEXTO COMPLETO AQUI Os Idiotas Confessos Nelson Rodrigues Antigamente, o idiota era o idiota. Nenhum ser tão sem mistério e repito: — tão cristalino. O sujeito o identificava, a olho nu, no meio de milhões. E mais: — o primeiro a identificar-se como tal era o próprio idiota. Não sei se me entendem. No passado, o marido era o último a saber. Sabiam os vizinhos, os credores, os familiares, os conhecidos e os desconhecidos. Só ele, marido, era obtusamente cego para o óbvio ululante. Sim, o traído ia para as esquinas, botecos e retretas gabar a infiel: — “Uma santa! Uma santa!”. Mas o tempo passou. Hoje, dá-se o inverso. O primeiro a saber é o marido. Pode fingir-se de cego. Mas sabe, eis a verdade, sabe. Lembro-me de um que sabia endereço, hora, dia etc. etc. Pois o idiota era o primeiro a saber-se idiota. Não tinha nenhuma ilusão. E uma das cenas mais fortes que vi, em toda a minha infância, foi a de uma autoflagelação. Um vizinho berrava, at

O que é o amor? É uma libertação? Uma prisão? Ou um manicômio?

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Sobre o Amor O que é o amor? Uma doce mentira? Um solitário segredo? Um sentimento sagrado? Um insano e mórbido desejo? O tudo ou o nada? O começo ou o fim? O que é o amor? Saber ser e não ser? Ou saber deixar de ser? É estar longe, mas perto? Ou abraçados, mas em outros abraços? É saber dizer sim? Ou não saber dizer não? É o que amadurece a cabeça? Ou o que infantiliza o coração? O que é o amor? É abrir mão? A mente? Ou a alma? É escolher a renúncia? Ou renunciar a uma escolha? É aquilo que sempre existiu? Ou o que ainda existirá? É o que vive? O que morre? Ou o que nos assombra? É uma libertação? Uma prisão? Ou um manicômio? (Texto de Emerson Rodrigues. Contato: eghus@hotmail.com)