Livro: O homem que fazia burros voarem

 


 

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O livro "O Homem que fazia burros voarem e outros contos" é uma coletânea de histórias fantásticas que explora temas como o absurdo, o insólito e a ironia, oferecendo uma crítica social e reflexões filosóficas sutis, sempre com um toque de humor. A análise literária dessa obra se baseia nos principais elementos de algumas das histórias encontradas no documento, como as narrativas de "O homem que fazia burros voarem" e "Sabichó". Vamos examinar os principais temas, o estilo literário, as personagens, e as técnicas narrativas usadas pelo autor.

Temas Principais

  • A Imaginação e o Impossível: A história-título, "O homem que fazia burros voarem", trabalha o tema da imaginação e dos limites entre o possível e o impossível. O protagonista, Sotter, sonha com a habilidade de voar e, em sua mente, acredita que a humanidade perdeu essa capacidade. Ele se torna um "Mestre Voador" e convence os outros de que também podem aprender a voar, ainda que a façanha, claro, seja impossível. Essa narrativa explora a credulidade humana, a busca por significado e a maneira como as pessoas são atraídas por promessas de transcendência e sentido.

  • Crítica Social e a Busca pelo Sentido: No conto "Sabichó", vemos uma crítica à rotina desprovida de propósito e à alienação da vida moderna. Bento, o protagonista, encontra no velho Sabichó uma figura enigmática que oferece reflexões sobre a vida, o poder das decisões e a fragilidade da existência. As lições de Sabichó trazem uma crítica aos sistemas que nos envolvem, à perda de autenticidade nas relações humanas e à superficialidade das escolhas cotidianas.

  • Ironia e Paródia: O humor irônico permeia as narrativas, como no conto "O homem que fazia burros voarem", onde o personagem principal apresenta uma habilidade fantástica que, na realidade, não existe. A ironia aparece também no conto "Sabichó", em que as lições aparentemente profundas e filosóficas são constantemente subvertidas por um tom cínico e ácido, gerando um contraste entre a sabedoria tradicional e a vida real.

Personagens

  • Sotter: O protagonista de "O homem que fazia burros voarem" é uma figura carismática e autoproclamada sábia, que encarna o arquétipo do falso profeta. Sua capacidade de atrair seguidores mesmo com promessas absurdas revela a disposição humana de acreditar no extraordinário e na busca de algo além da vida cotidiana.

  • Sabichó: Em "Sabichó", o velho Sabichó assume o papel de mentor, oferecendo conselhos paradoxais e filosofias de vida, muitas vezes irônicas, a Bento. Sabichó é um personagem multifacetado, representando o conhecimento acumulado com a experiência, mas também a amargura e o cinismo que a vida pode incutir nas pessoas. Suas falas, ainda que carregadas de sabedoria, não oferecem soluções, mas sim um convite à reflexão.

  • Bento: Bento, o protagonista de "Sabichó", é o típico personagem que reflete o desencanto com a vida moderna. Ao longo de suas conversas com o velho, ele passa por uma transformação pessoal, desenvolvendo uma nova perspectiva sobre o que realmente importa na vida. Ele simboliza a busca pelo sentido e a desilusão com o cotidiano rotineiro.

Estilo Literário

O estilo de E.E. Kan é marcado por uma prosa fluida, leve e carregada de ironia. Suas descrições são minimalistas, focando mais nos diálogos e nas interações entre os personagens do que em construções narrativas detalhadas. O autor utiliza um vocabulário simples, mas suas histórias são complexas no que diz respeito à construção de significados. Há uma forte presença de diálogos filosóficos, humorísticos e provocativos, que tornam a leitura envolvente, mantendo o leitor imerso nas reflexões das personagens.

Técnicas Narrativas

  • Narrador Onisciente: Em ambos os contos analisados, o narrador tem acesso aos pensamentos e sentimentos das personagens, além de ter conhecimento do futuro. Essa escolha estilística permite ao leitor não apenas acompanhar os acontecimentos, mas também compreender o que motiva cada ação e as crenças das personagens.

  • Sátira e Humor: As histórias são carregadas de sarcasmo e humor, sendo muitas vezes uma crítica aos comportamentos humanos, como a necessidade de buscar líderes e a dependência de gurus que prometem soluções mágicas para os problemas da vida. O tom cômico equilibra a seriedade das reflexões filosóficas, tornando as histórias leves e, ao mesmo tempo, provocativas.

  • O Fantástico e o Absurdo: A presença do fantástico é constante nas narrativas, principalmente em "O homem que fazia burros voarem", onde o impossível é tratado com normalidade pelas personagens. O absurdo serve como ferramenta para questionar a realidade, como se dissesse ao leitor que os limites do possível estão apenas na mente.

Conclusão

A coletânea "O Homem que fazia burros voarem e outros contos" utiliza humor, ironia e reflexões filosóficas para contar histórias que desafiam as fronteiras do real e do absurdo. Através de personagens peculiares e situações insólitas, E.E. Kan convida o leitor a refletir sobre o sentido da vida, a imaginação humana e a busca incessante por respostas e significado. É uma obra que diverte, mas também faz pensar, oferecendo múltiplos níveis de interpretação.

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