Chegadas e partidas


Trecho do livro: 'Andarilhos Errantes':

 [...] Rúlio: se Eurípedes estiver certo, "quando nascemos, morremos. Quando morremos, nascemos". Assim, cada dia que nasce é um novo Adeus! Cada chegada é uma partida e cada partida é uma nova chegada! Eliza, minha querida, teu amor é Parmênides e a minha loucura é Heráclito'.     

Eliza: que seja, meu amor uma âncora e tua loucura o mar inquieto, revolto, aquilo que nunca para de se movimentar. No final, sempre restarão apenas as lágrimas de quem fica. Vai, meu querido louco Andarilho Errante!

Rúlio: a única coisa que temos é o passado, o presente é acidente, acaso, uma cagada cósmica. Saibas, no entanto, levo um pouco de você comigo, acredite ou não, é sincero.
    

Eliza, lacrimejante: seu louco! odeio você!
    

Rúlio: eu não! Até a próxima, Eliza...
E se foi. [...]

E-Kan

Comentários

Formulário de contato

Nome

E-mail *

Mensagem *

Postagens mais visitadas deste blog

UM POUCO DE SÊNECA: "Apressa-te a viver bem e pensa que cada dia é, por si só, uma vida"

Análise minimalista dos poemas: "Lá vai verso!" e "Quem sou eu?" de Luiz Gama

Os idiotas confessos. Texto de Nelson Rodrigues (1968)