Sobre a humanidade, as guerras e a morte da esperança

Trecho do #Livro:__ Andarilhos Errantes, E-Kan, 2022.

"Fazer algo útil de verdade, como coexistir de maneira pacífica, inteligente, positiva, usar o Poder e as riquezas da Terra para acabar com a tragédia da mega bolha do abismo social de injustiças e de abusos criminosos, evoluir, ser melhores ou pelo menos, menos piores, ser felizes ou pelo menos tentar ser felizes e viver em paz como indivíduos e como coletividade, não dá. Mas, torrar montanhas de dinheiro para jogar bombas nas cabeças uns dos outros e se matarem em guerras idiotas por mais poder e dinheiro, dá. Essa é a humanidade caro Hoca, sempre foi e sempre será, até o seu tragicômico fim ou o fim da Terra, o que acontecer primeiro. Enfim, todas as esperanças em relação à humanidade já estão irremediavelmente perdidas. Só nos resta viver da melhor maneira que pudermos o tempo que ainda temos, enquanto a morte inevitável não chega, como diria o Eclesiastes, comendo e bebendo".

Hoca: apesar de tudo, meu caríssimo Rúlio, não acredito que todas as esperanças já estão terrivelmente e irremediavelmente perdidas. Prefiro acreditar que enquanto existir algumas poucas almas boas ou somente uma alma boa nesse mundo, haverá esperança, ainda que frágil. 

Rúlio: tu és um otimista por natureza meu amigo. Quanto à mim, prefiro o realismo que não se alegra com a esperança efêmera do otimismo e nem se afoga na melancolia do igualmente efêmero pessimismo. Sei quão difícil é compreender tal tipo de pensamento, mas compreendo a incompreensão dos que julgam ter me compreendido. 

Hoca: eu o compreendo meu caro, pode apostar. Dizia o Voltaire: "Encontra-se oportunidade para fazer o mal cem vezes por dia e para fazer o bem uma vez por ano". Vai que nessa única vez do ano os ventos do destino sopram com força para outro lado e toda a possibilidade de guerra e de tragédia se desfazem?

Rúlio: dizem que 'a esperança é a última que morre'. Contudo, para mim tanto faz, pois ciente estamos de que um dia, tal como os Dinossauros a humanidade será varrida da face do Universo e não vai sobrar nenhum animal falante e pensante para contar a história, muito menos esperança.

Trecho do Livro: Andarilhos Errantes, de___E-Kan, 2022.

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Imagem: TolucaNotícias

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