A visão do Zeitgeist de Coubert e a cegueira sobre o Zeitgeist de nossa época
Ou sobre a habilidade de ver, ler e compreender a Realidade e o (Zeitgeist) o Espírito da Época.
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Imagens: 1ª Os amoladores de facas (c. 1848-1850) de Gustave Courbet; Gustave Courbet , CC BY-SA 4.0 , via Wikimedia Commons - 2ª Os respigadores (1857) por Jean-François Millet; Jean-François Millet , Domínio público, via Wikimedia Commons.
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A habilidade de pintar, retratar, fotografar, escrever, descrever, expor e denunciar a realidade, sem otimismo, nem pessimismo, sem utopias, ideologias, sem apegos próprios, apenas ver, analisar, aprofundar e expor a realidade nua e crua como ela é, como meio para uma transformação social autêntica, é o que fazem os Espíritos Livres e Realistas. Tal habilidade, de enxergar a Realidade nua e crua, que deveria ser de muitos hoje em dia, é quase nula, em face do avançado processo de idiotização e desumanização da humanidade, tema esse já tratado em nosso livro: "Teoria da Humanidade Zero".
O que aconteceu com a humanidade, ao ponto da maioria ser incapaz de enxergar a realidade nua e crua diante do nariz?
Nos dias de hoje, de fato, de redes umbrais sociais, da ditadura dos idiotas, do senso comum, do superficialismo, da pobreza de observação e aprofundamento de análise e de conhecimento da realidade, a habilidade de enxergar o óbvio e procurar soluções práticas, se tornou uma habilidade de poucos. Há uma terrível cegueira dominante.
A maioria da humanidade, em acelerado processo de idiotização e desumanização, chegou a um tal grau de estupidez e imbecilidade, que se tornou incapaz de enxergar a realidade clara, o óbvio ululante que está diante de seu nariz. Por exemplo, no Brasil, as pessoas sabem quem são os políticos ladrões, corruptos e malditos mas não conseguem, pela própria idiotia e canalhice, ver quem são ladrões, corruptos e malditos e os idolatram!!! E qualquer um que ouse lhes mostrar a Realidade, é taxado de 'alienado', numa tragicômica e bizarra inversão negativa de valores e conceitos, aos quais estão mergulhados a maioria idiotizada.
Esse é o espírito de nossa época, o nosso Zeitgeist, ou seja, a clara e avançada idiotização e desumanização da humanidade, e a tentativa heroica, dos poucos Espíritos Livres e Realistas dessa nossa época de denunciar e escancarar tal desumanização (na Filosofia, especialmente e talvez unicamente, já que todo o resto, em sua maior parte, arte, música, literatura, parecem estar irremediavelmente contaminados pela idiotização reinante, o imediatismo, o superficialismo, o apego doentio às coisas materiais e o consumismo absurdo).
Nesse contexto, os poucos Espíritos Livre e Realistas buscam, ainda que 'pregando no deserto', colaborar para o despertar dos que estão mergulhados em tal processo de 'humanidade zero', buscando dar um choque de realidade e chacoalhar a humanidade afim de 'Re-humanizá-la', através do Realismo, da Revolução Realista, da Filosofia Supra Realista.
O Zeitgeist de Coubert
Gustave Coubert, o fundador inconteste do Realismo na Arte (1819/1877) e um dos Espíritos Livres e Realistas mais importantes de seu tempo, resolveu enfrentar a ditadura da arte de sua época, o Romantismo que procurava expressar-se num mundo que não condizia com os fatos, a realidade e o Zeitgeist da época. O Romantistas, maioria abastados, pitavam suas ilusões e idealizações sobre a tela de um mundo em declínio e em ebulição com revoltas para todos os lados, revoltas e condições tais que propiciaram o surgimento do Manifesto Comunista de Marx e Engels e posteriormente, a Revolução Russa de 1917.
Confrontando todas as romanticidades e ilusões do Zeitgeist de sua época, do espírito de sua época, Coubert publicou o Manifesto Realista em 1855, quase 7 anos após o Manifesto Comunista de Marx e Engels.
Como Espírito Livre e Realista de sua época, Coubert pintou a Realidade do povo, quase sempre, até os dias de hoje, miserável, roubado, explorado, enganado e ludibriado, largado à própria sorte.
[...] Courbet escreveu um breve ensaio que ficou conhecido como O Manifesto Realista . .
Nela, ele declarou que não desejava “atingir o objetivo fútil da arte pela arte”, mas sim “interpretar as tradições, pensamentos e manifestações de meu tempo de acordo com minha própria avaliação, para ser não um artista, mas um homem, produzir pinturas vivas, essa é minha ambição.” [...]__1
[...]
Paradoxalmente, obras como a pintura The Stonebreakers são significativas tanto por sua previsão quanto por sua descrição realista de seu período, enfatizando a importância das disparidades de classe que sugerem que as lutas futuras estarão vinculadas às novas circunstâncias que surgem nas cidades. O realismo prenunciou as paisagens rurais de Van Gogh e Cézanne, o trabalho de artistas americanos como Edward Hopper e George Bellows, os trabalhos de fotógrafos como Dorothea Lange e Walker Evans e grupos de arte social mais abertamente instrutivos, como o realismo social.
Contrastando Millet, que era conhecido por representar agricultores industriosos, mas glorificados em obras como The Gleaners (1857) de Jean-François Millet, Courbet mostra humanos em trajes rasgados e esfarrapados. Além disso, ao contrário do uso da vista aérea de Millet em The Gleaners
para nos transportar para as áreas rurais da França durante o
rendimento, os dois trabalhadores da pedreira na pintura Realismo de
Gustave Courbet estão dispostos contra uma colina baixa típica das
cidades rurais francesas em que o pintor foi criado e passou muito do
seu tempo. [...]
(Com informações de Art In Context)
Método de Estudo Realista:- Estudo desapegado da realidade e do espírito da época
- Leitura de diversas fontes para além do academicismo bitolante
- Pesquisa dessas diversas fontes
- Análise crítica e Aprofundamento do tema estudado
- Encontro de algo novo, algo além
- Registro e expressão do novo que fora encontrado através do estudo realista e desapegado
Emerson E-Kan
Filosofia Supra Realista, 2022.
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Que a balança da justiça cósmica pese mais para o lado do bem e dos atos bons no final! Luz!