Suicídio e liberdade, suicídio como direito natural, suicídio assistido/eutanásia


Em nosso livro sobre esse assunto: Sobrevivendo às Merdas da Vida, Manual Prático Contra o Suicídio, tratamos do suicídio como um direito inalienável do indivíduo, intimamente ligado à liberdade, ao Livre Arbítrio, mas com ressalvas, incluindo em caso de pedido de autorização judicial para o suicídio assistido/eutanásia, quando a pessoa ainda tem muito tempo até a fase terminal de fato. 

Evidentemente, defendemos que o suicídio assistido/eutanásia, deve ocorrer somente com autorização judicial, comprovando a situação terminal do indivíduo, visando ainda salvaguardar tanto os direitos da pessoa que decidiu passar pelo procedimento, da família, dos profissionais de saúde e da instituição. 

Entretanto, há pessoas que defendem o suicídio assistido ou a eutanásia em qualquer circunstância, independente da situação de saúde, pela simples decisão da pessoa que deseja morrer. Alegam os defensores do suicídio assistido/eutanásia livre, no sentido de liberar geral, evitar que as pessoas que querem se matar, acabem causando algum mal maior a si mesmas, no caso de suicídio falho ou a terceiras em caso de acidentes causados pelo ato do suicídio. 

Deve se liberar o suicídio assistido, geral? Pensamos que não. Contudo, de qualquer forma, as pessoas vão continuar se suicidando, independente de liberar ou não.

Segundo a WorldMeters, todos os anos são registrados entre 800 mil a 1 milhão de suicídios em todo o Planeta. Fora o que não entra nas estatísticas, o que pode resultar num número muito maior de auto-extermínios.

 

Sobre suicídio assistido enquanto não se está em estágio terminal de doença


[...] Certo dia vendo o noticiário, observo que uma mulher na Colômbia com a Síndrome ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica) que é uma doença terrível, degenerativa e sem cura (até o ano de 2022), a mesma doença que Stephen Hawking teve. A mulher queria por que queria morrer por 'Eutanásia assistida', numa clínica. E essa mulher brigou na justiça para ter seu direito a Eutanásia Assistida, alegando que a vida para ela, já se tornara dolorosamente insuportável. Entre tantas idas e vindas, em meio à diversas ações judiciais, a mulher conseguiu o queria e foi feito a sua Eutanásia aos 51 anos de idade. Detalhe, ela antecipou o processo, já que ainda estava em condições, relativamente boas de saúde, ou seja, em boas condições de andar, caminhar e realizar diversas atividades por alguns anos. Mas, com medo de ficar paralisada, ela antecipou a coisa toda, procurou a justiça e conseguiu o queria, abrindo mão de alguns anos que ainda tinha com a saúde ainda relativamente boa. Alguns a apoiaram, outros a criticaram nas redes umbrais sociais.
    O que, nós como espíritos livres, realistas e de letras teríamos a dizer sobre isso? O livre arbítrio sempre deverá ser respeitado. Quer se matar? Se mate. Quer se matar por Eutanásia? Se mate. Mas saiba que isso não vai mudar absolutamente nada no mundo e no Universo, porque por mais importante que você for enquanto ser pensante, ser espiritual em revolução e evolução, você não é tão importante quanto acha que é. Ou seja, suas dores, tristezas e alegrias são insignificantes diante da Imensidão Cósmica, da Incomensurabilidade da vida e da inefabilidade da Existência. "Ah, mas é meu direito, minha vida e ninguém tem porra nenhuma com isso!", dirão os defensores do Suicídio. Ok, meus caríssimos animais pensantes! Fiquem à vontade. Repito: Livre Arbítrio. Contudo, tudo tem consequências.
    Agora vejamos, Stephen Hawking, um dos maiores cientistas da humanidade depois de Einstein, talvez até mais importante que Einstein, teve a mesma doença que a mulher supra citada, ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica) aos 21 anos de idade, e no entanto, Lutando com um Leão, confrontou a doença e todos os gravíssimos problemas que ela trouxe, incluindo a sua incapacidade motora ainda muito cedo, quase que total. Hawking morreu aos 76 anos de idade, deixando um mega exemplo de dignidade humana e espiritual, sobretudo, uma incomensurável contribuição para a humanidade através de sua Ciência, a física teórica, notadamente os estudos sobre os buracos negros. Hawking, vale ressaltar, mesmo com ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica), foi casado duas vezes e teve três filhos. Ou seja, mesmo podendo desistir e tendo motivos para entregar os pontos, pedir uma Eutanásia Assistida, ou cometer Suicídio por qualquer outro meio, ele não desistiu, ele aguentou firme. Ou seja, Hawking foi um Leão, de fato! Um orgulho para todos os espíritos livres e realistas, para todos os espíritos de letras e para a humanidade pensante! É claro que muitos com a mesma doença de Hawking, muitas vezes sem apoio familiar, sem meios, sem qualquer paliativo, e principalmente, sem objetivos, não suportaram o peso e desistiram. Contudo, há muitos outros como Hawking, com a mesma doença, talvez em situação pior, que não entregaram os pontos. Isso, também é Livre Arbítrio. [...]

 

Suicídio como direito natural, ato de liberdade

 

[...]"...com base no Livre Arbítrio, você pode se dar o direito de cometer suicídio, sim. Mas, você sabe, eu sei e todos sabemos, que na real, você pode se dar o direito, mas você não tem esse direito. Sobretudo, não enquanto existir pessoas em situação muito piores que as suas e que aguentam firme, apesar de todos os pesares." [...]

Penso que o Suicídio é um direito natural como o direito à vida e o aborto e está intimamente ligado à Liberdade, o Livre Arbítrio. Você pode se dar ao direito de cometer suicídio como quiser, viver como quiser, abortar quando e como quiser, sobretudo, em relação ao aborto, em caso de violência, estupro etc. Penso que, independente do que as leis proibitivas baseadas em politicagens e visões anacrônicas de uma parcela abestalhada da sociedade fake que se diz 'conservadora' digam, as pessoas continuarão se suicidando, vivendo (legal ou ilegalmente, vide principalmente os políticos que fazem as leis), abortando, dando à Luz. Penso que o Suicídio assistido/eutanásia, em caso de estágio terminal, com autorização judicial ou não, se esta for a vontade da pessoa, também é um direito e futuramente, certamente, deve ser regulamentado no Brasil, à exemplo do que já vem correndo em outros Países, como na Colômbia, por exemplo. É claro que, por estarmos num país profundamente dividido e polarizado politicamente, vai ter muita discussão, politização e brigas de todos os lados. Espera-se que a racionalidade vença no final, que é autorizando tanto o suicídio assistido quanto a eutanásia clínica, sob autorização judicial, claro, afim de garantir os direitos da pessoa que decidiu fazer o procedimento e, também, se evitar maiores problemas, sobretudo, legais, para os diversos lados envolvidos no procedimento.

LER O LIVRO: SOBREVIVENDO ÀS MERDAS DA VIDA  - Manual prático contra o Suicídio


DIFERENÇA ENTRE SUICÍDIO ASSISTIDO E A EUTANÁSIA:

 A técnica do suicídio assistido ocorre quando uma equipe médica fornece medicamentos para o procedimento, mas é o próprio paciente que administra a dose fatal.

A técnica da eutanásia, é quando a própria equipe médica administra uma dose. No Brasil, os dois métodos são proibidos. Na América Latina, somente a Colômbia permite tanto o suicídio assistido como a eutanásia. (Com G1)

 

PAÍSES EM QUE O SUICÍDIO ASSISTIDO EM CASO DE DOENÇA TERMINAL É PERMITIDO:

[...] Em 2015 a temática da morte assistida foi amplamente divulgada pela mídia após o primeiro caso legal de eutanásia ter sido realizado na Colômbia. Além disso, no mesmo ano, o suicídio assistido foi legalizado no Canadá e no estado da Califórnia, nos Estados Unidos. Atualmente, a morte assistida é permitida em quatro países da Europa Ocidental: Holanda, Bélgica, Luxemburgo e Suíça; em dois países norte-americanos: Canadá e Estados Unidos, nos estados de Oregon, Washington, Montana, Vermont e Califórnia; e na Colômbia, único representante da América do Sul. A partir de revisão sistemática da literatura, objetivou-se estabelecer a prevalência e os critérios adotados para a prática da eutanásia e do suicídio assistido em países ocidentais e discutir a posição de países onde essa prática não é reconhecida. Uma melhor compreensão do assunto mostra-se fundamental para a formação de opiniões e fomento de futuros debates. [...] (Com Scielo)

 

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Suicídio assistido: entenda procedimento legalizado na Suíça pelo qual passou cineasta Jean-Luc Godard

SUICÍDIO GLOBAL OU GENOCÍDIO GLOBAL?

 

 


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