Lá vai verso! Quero também ser poeta, Bem pouco, ou nada me importa Se a minha veia é discreta Se a via que sigo é torta (F. X. de Novais) Alta noite, sentindo o meu bestunto Pejado, qual vulcão de flama ardente, Leve pluma empunhei, incontinente O fio das idéias fui traçando. As Ninfas invoquei para que vissem Do meu estro voraz o ardimento; E depois, revoando ao firmamento, Fossem do Vate o nome apregoando. Oh! Musa da Guiné, cor de azeviche, Estátua de granito denegrido, Ante quem o Leão se põe rendido, Despido do furor de atroz braveza; Empresta-me o cabaço d'urucungo, Ensina-me a brandir tua marimba, Inspira-me a ciência da candimba, As vias me conduz d'alta grandeza. Quero a glória abater de antigos vates, Do tempo dos heróis armipotentes; Os Homeros, Camões — aurifulgentes, Decantando os Barões da minha Pátria! Quero gravar em lúcidas colunas Obscuro poder da parvoíce, E a fama levar da vil sandice A longínquas regiões da velha Báctria! Quero que o mundo me encarando vej...
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Que a balança da justiça cósmica pese mais para o lado do bem e dos atos bons no final! Luz!